por Claudio Fernandez – coordenador ESPAÇO PILATES
Joseph Pilates trabalhou num circo na Alemanha junto com acrobatas chineses, desse encontro surge o conceito diferencial do método: O POWER-HOUSE.
Os acrobatas chineses afirmavam que concentrando toda a energia num ponto três dedos abaixo do umbigo, ela se distribuiria harmonicamente para o resto do corpo propiciando um aumento de eficiência e força. Este conceito, interpretado muitas vezes como de fundo místico, tem na realidade bases biomecânicas na estrutura e funcionamento do corpo humano. O “POWER-HOUSE”, literalmente, casa de força, tem um teto: o diafragma, um chão: o assoalho pélvico, um pilar central: a coluna vertebral e como paredes a musculatura abdominal junto como iliopsoas e o quadrado lombar.
Ele envolve o centro gravitacional do corpo que se encontra aproximadamente na altura da 3ª vértebra lombar.
Sua ação se desenvolve em quatro níveis:
1) Nível respiratório: o principal integrante do POWER-HOUSE, o Diafragma mostra que seu acionamento mostra que seu acionamento deve ser solidário ao movimento respiratório porque não podemos contrariar o músculo fundamental da vida. A inspiração gera estabilidade quando o diafragma desce e a porção infra-umbilical do transverso abdominal e dos oblíquos internos junto com o assoalho pélvico se contraem recebendo a resultante de forças da descida do diafragma. A pressão intra-abdominal somada aos acionamentos musculares mantém a pélvis e a coluna lombar estabilizada e a porção supra-umbilical da musculatura abdominal fica livre para seguir o movimento das costelas e não bloquear as inserções do Diafragma. A expiração gera força, o acionamento completo da musculatura abdominal acompanha o abaixamento das costelas, que junto com a contração do assoalho pélvico empurra o Diafragma para cima criando um sistema de pressão intra-abdominal e acionamento muscular que estabiliza o centro gravitacional e propaga os acionamentos para cima e para baixo do POWER HOUSE distribuindo a força pelo corpo todo.
2) Nível das ações musculares: o acionamento do POWER-HOUSE se transmite ao resto do corpo através de várias vias e cadeias musculares. Para baixo o acionamento dos obliquos internos se irradiam para os adutores que junto com o assoalho pélvico estabiliza a sínfise púbica e os membros inferiores. A nível lombar o transverso do abdômen junto como multifidus fecham uma cinta abdominal que junto como períneo mantem a pressão intra-abdominal estável.
Para cima os oblíquos externos transmitem sua ação para o serrátil maior que através das escápulas irradiam essa ação para os rombóides que fecham na coluna uma alça que estabiliza a caixa torácica e a cintura escapular.
Para os membros superiores o reto abdominal transmite sua ação para o peitoral maior e via as inserções no úmero para o grande dorsal que fecha o circuito sobre a coluna. É importante lembrar que essas ações musculares acontecem tanto na estática quanto na dinâmica e seu objetivo principal é dar força e estabilidade ao movimento e a intensidade com que serão acionados dependerá da solicitação do exercício.
3) Nível circulatório: a respiração ativa e profunda provocada pelo acionamento do POWER-HOUSE estimula um aumento da oxigenação e da circulação sanguinea, a pressão intra-abdominal provoca uma drenagem natural dos principais ductos linfáticos. Todos esses beneficios já foram comentados por Joseph Pilates nos seus livros que salientam que o o objetivo do seu trabalho não era somente muscular mas também que procurava a limpeza e a nutrição dos tecidos.
4) Nível energético: o POWER-HOUSE envolve os três primeiros chakras e a estimulação provocada pelo seu acionamento aumento a captação de energia, a vitalidade, a sexualidade e a distribuição homogênea da energia no corpo físico.
Por tudo isso a regra básica do Método é que todo movimento começa pelo Centro de Força.